segunda-feira, 26 de setembro de 2016

A tempestade sempre passa





A noite passada havia sido de muita chuva e relâmpagos, trovões muito fortes e ventos que pareciam correr em zig zag. A estrada estava muito escura, e eu ainda observava pela janela do carro os pingos iluminados pelos faróis. A chuva não iria passar tão cedo. Era amedrontante está observando aquilo enquanto o relógio parecia demorar horas em apenas um minuto, o sol tinha que nascer.

Por alguns minutos eu peguei no sono e de repente os raios ultrapassavam a janela com a audácia de invadir todo o ambiente. O céu estava em cores amarelo alaranjado. As árvores, como se tivessem tomado um banho. Folhas com um verde gritante. Havia ainda algumas poças de água na estrada, mas já estavam secando. A chuva havia parado completamente. Quem diria que aquela noite tão sombria seria empurrada por um dia tão cheio de vida? Os pássaros não paravam de cantar, e de repente tudo estava em paz.

Ah, se eu pudesse descobrir o que seria o amanhecer, ficaria mais tranquila, com certeza!

Refletindo sobre isso, veio uma indagação a respeito do hoje e o amanhã. Somos pessoas que estamos em constante preocupação com o nosso futuro. Acordamos cedo para correr atrás dos nossos objetivos, vencemos obstáculos e adquirimos grandes experiências. Mas sempre chega aquele momento em que parece ser a pior noite da sua vida. Você olha pelas janelas, mas elas estão totalmente escuras. Só o seu carro está na estrada e o seu farol por mais que seja forte, se limita diante de tanta escuridão. A noite não passa, e um minuto parece que são horas e mais horas. Você só segue. Sem a certeza se o destino já está próximo, ou você andou devagar demais e se atrasou. O engraçado é que nesse momento algo que está dentro de você, que por vezes em dias normais parece não fazer diferença alguma, ou mesmo, é esquecida, se aflora e te faz querer ter esperança no amanhecer: A fé!

Concordo que em algumas situações está tudo tão longe de melhorar, ou tão inalcançável ao nosso ver, que a fé chega a ser só esperança. E talvez uma esperança até distante.

Isso me faz lembrar da história de Noé. Lembra? Aquele que construiu uma arca, colocou os animais e toda a sua família e sobreviveu a um dilúvio. Consegui refrescar sua memória?

Então, esse homem foi sim um exemplo de fé. Imagine: nunca havia chovido, nunca havia caído água do céu.
Deus chama Noé em secreto e diz:
-Filho, construa um barco!
- Oi? Como assim Senhor, um barco? Pra que um barco?
- Isso mesmo. O mundo está sujo, e estou arrependido de ter criado o homem. (Imagina a tristeza no coração de Deus, e a sua decepção). Irei mandar um dilúvio, muita água sobre a terra. Te direi como construir uma arca, que irá acomodar um par de cada animal, macho e fêmea.

Noé conversa com a sua família e conta aquilo que Deus havia falado. Fico pensando na reação deles. "Cair água do céu?" . Deve ter sido meio intrigante. Mas aí que está o desenvolver da história e o ato de fé.
 Eles não deixaram de construir porque era intrigante, ou mesmo porque eles nunca haviam visto isso. Eles construíram. Até que aconteceu. O grande dilúvio. As horas demoravam se passar, os dias eram longos. Quando acabaria? Mas acabou. A água baixou, os pássaros puderam voar e todos saíram da arca para começar uma nova vida.

Em Eclesiastes 3.11 diz: "Deus marcou o tempo certo para cada coisa. Ele nos deu o desejo de entender as coisas que já aconteceram e as que ainda vão acontecer, porém não nos deixa compreender completamente o que ele faz." Uma tempestade não irá durar para sempre. Aprenda a usá-las como oportunidade de recomeço. O recomeço não carrega manchas de um fracasso. O recomeço carrega marcas de uma conquista. Se você foi capaz de sobreviver a chuva da noite, quando o dia chegar estará tão iluminado pelo sol que você nem lembrará do quanto a noite foi escura. A tempestade só não acaba se você acreditar que ela é para sempre. Então encha o peito de ar, acalma o coração, acredite, tenha fé de que irá amanhecer, sem imediatismo, mas com convicção. Se você acreditar que a tempestade é a verdade para a sua vida, então ela se tornará a verdade. Creia na mão do Criador em fazer os raios do sol afugentar a escuridão. E será só questão de um cochilo, já terá amanhecido.

By, Mirrayla Hamanda.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Ler ou não ler: eis a questão




A leitura é uma atividade desejada por muitos, mas, infelizmente, praticada e apreciada por poucos. As pesquisas mais recentes sobre o assunto mostram que os brasileiros leem em média 1,8 livro por ano. Este é um índice muito baixo, se comparado ao de países como Colômbia (2,4), Inglaterra (4,9), Estados Unidos (5,1) e França (7). Mais alarmante ainda é que há inúmeros brasileiros que não leem sequer 1 livro ao ano.

Mas por que isso ocorre? Por que lemos tão pouco?

Essa pergunta é realmente complexa. Pode ser tema de discussões calorosas. O fato é que vários fatores contribuem para que tenhamos o hábito da leitura. E dois deles são: o exemplo e o incentivo.
Lembro-me de ser bem pequena e presenciar meus pais lendo e incentivando-me a ler. Até hoje um dos meus programas favoritos é ir à livraria com meus pais. A escola também me influenciou muito. Tínhamos leituras obrigatórias, com provas e relatórios. Confesso que nem sempre achei divertido, nem sempre gostava de uma leitura específica, mas, certamente, esses fatores me influenciaram e me formaram como uma leitora mais ativa.
A maternidade fez-me sentir necessidade de incentivar meus filhos a ler, e por isso, compartilho com eles leituras prazerosas e edificantes. Uma criança que cresce lendo tem mais chance de ser um leitor voraz. Sabemos que a concorrência hoje em dia é desleal, no que diz respeito ao entretenimento. Tabletes, desenhos, celulares, etc. Se não fizermos a nossa parte perderemos essa guerra bem cedo. E pode ser um caminho sem volta.
O livro quase deixou de ser visto como entretenimento. Passou a ser obrigação escolar ou profissional. Mas ele é, sim, um excelente entretenimento e, diga-se de passagem, baratíssimo. Ler um livro é ser arrebatado por uma história, imaginar cenários, vivenciar sentimentos, chorar, rir... Só quem lê sabe a experiência maravilhosa e os benefícios que essa atividade pode nos proporcionar.

Mas, como adquirir o hábito de ler?



Comece lendo assuntos do seu interesse. Para adquirir o hábito da leitura, deve-se avançar gradualmente. Não comece escolhendo um livro clássico, composto por inúmeras páginas. Qualquer tema é válido para abrir as portas à leitura. Particularmente, amo biografias. Gosto de aprender com a experiência das pessoas. Histórias de vida, sejam elas quais forem, sempre me atraem. Todo ser humano tem algo a ensinar. Comece com livros menos volumosos e avance, gradativamente.

Institua um horário ou dia da semana para ler. Essa prática fará parte de sua rotina diária/ semanal, e, naturalmente, a leitura se tornará um hábito. Pode ser antes de dormir ou naqueles 10 minutos do horário de almoço que (às vezes) restam. Ritualizando essa prática, naturalmente a leitura fará parte da sua rotina.

Aproveite as “brechas”. Essa dica é preciosa. Aproveite todo o tempo livre que tem para ler. Sempre tenho um livro na bolsa, no celular, ou no meu kindle (leitor digital), assim fica mais fácil aproveitar as oportunidades. Fila de banco, sala de espera de consultório médico, espera dos filhos na escola, etc. Todo esse precioso tempo pode ser investido na leitura.

Metas de leitura. Aqui está o “pulo do gato”. Estabeleça metas de leitura diárias/semanais/mensais. Assim sua leitura fica mais organizada e você não corre o risco de procrastinar. Darei alguns exemplos.
- estabeleça um número de páginas diárias/semanais/mensais. Por exemplo, se você ler 50 páginas por semana, em um mês terá lido um livro de 200 páginas.
- outra metodologia que uso e funciona super bem: se você quer ler um livro por semana, divida o número de páginas pelos 7 dias da semana. Assim, se o livro tem 200 páginas, e você ler, em média, 28 páginas por dia, em uma semana terá lido um livro e em um mês 4 livros. Claro que tudo isso depende do tamanho do livro. O segredo é ir testando seus limites e descobrindo o que, efetivamente, funciona para você.

E, por fim,

Aprimore a leitura. Ler por ler não funciona. Tire proveito daquilo que leu. Reflita sobre o assunto abordado nas leituras, discorde ou concorde, converse com outras pessoas sobre seu ponto de vista. Essa é uma forma de colocar em prática o que você leu e de exercitar seu vocabulário.
Não há fórmulas mágicas para nos tornar leitores assíduos. É preciso dedicação e perseverança até que comecemos a ler rotineiramente, por prazer e não por obrigação. E quem mais ganha nessa prática da leitura? Nós, leitores, que consequentemente cresceremos como profissionais e como ser humanos!

“A leitura engrandece a alma.” (Voltaire)

 Soraya Veiga

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